05 de novembro
09:00 às 13:00 – Comunicações
Local: Módulo 24
-
Mesas simultâneas de comunicações discentes;
10h – A quem pertence a cidade?
Local: Módulo 25
Apresentação do vídeo de Ana Paula Lopes, com a presença da escola CEM 02 de Planaltina
-
Benedetta Bisol FE UNB;
-
Priscila Rufinoni FIL UNB
Intervalo
14:00 às 16:00 – Minicurso
Local: Auditório Ipol/Irel
-
Imaginário entre política e estética Herivelto Souza (UNB);
16h30 às 18h – Mesa temática
Local: Auditório Ipol/Irel
Verdades anacrônicas: por uma reinterpretação do desenvolvimento histórico das artes na estética de Hegel
-
Lennon Noleto (UNB);
A simultaniedade da experiência estética
-
Paula Furtado Goulart (UNB);
Intervalo
19:00 – Abertura
19h30 - Conferência
Local: Auditório Ipol/Irel
O que esperar das imagens?
-
Carla Damião (UFG);
Tempos sombrios – uma imagem e quatro autores para pensar o presente
-
Raquel Imanishi (UNB);
06 de novembro
09:00 às 13:00 – Comunicações
Local: Módulo 24
-
Mesas simultâneas de comunicações discentes;
Intervalo
14:00 às 16:00 – Minicurso
Local: Módulo 24
-
Schelling e a questão dos postulados, Marília Cota (UNB);
16h30 às 18h – Mesa temática
Local: Módulo 24
Filosofia e Imaginação
-
Alex Calheiros (UNB);
Teatro Político
-
Rafael Litvin Villas Bôas (UNB);
Intervalo
19h30 – Conferência
Local: Anf 14 (ICC Norte)
A abertura da política à arte na “Partilha do Sensível”, de Rancière: a utopia como obra da subjetivação da comunidade
-
Gilberto Tedeia (UNB);
Beleza e política: uma análise sobre a formação e o cultivo do gosto em Hannah
Arendt
-
Maria Cecília Almeida (UNB);
07 de novembro
09:00 às 13:00 – Comunicações
Local: Módulo 24
-
Mesas simultâneas de comunicações discentes;
Intervalo
14:00 às 16:00 – Minicurso
Local: Módulo 24
-
Imaginário entre política e estética Herivelto Souza (UNB);
16h30 às 18h – Mesa temática
Local: Auditório IH
Montaigne, Rousseau e a exploração de si: a autobiografia entre a memória e a imaginação
-
Claudio Reis (UNB);
Pode-se discutir sobre o gosto?
-
Alexandre Hahn (UNB);
19h - Homenagem às Professoras do FIL/UNB
19h30 - Conferência
Local: Auditório IH
A pela das imagens
-
Priscila Rufinoni (UNB);
08 de novembro
09:00 às 13:00 – Comunicações
Local: Módulo 24 e 25
-
Mesas simultâneas de comunicações discentes;
Intervalo
14:00 às 16:00 – Minicurso
Local: Módulo 24
-
Schelling e a questão dos postulados, Marília Pacheco (UNB);
16:00 às 18:00 - Mesa temática
Local: Auditório IH
Arte, Dialética e Sociedade: reflexões com Hegel e além dele
-
Erick Calheiros (UNB);
“Contra Schopenhauer e em favor de Platão”: Nietzsche e a estética do erótico
-
André Muniz (UNB;)
19h30 – Conferência de encerramento
Local: Auditório IH
Imagem de Pensamento (Denkbild)
-
Fábio Akcelrud Durão (UNICAMP);
Da vigência da imagem: da forma à não-forma
-
Marcos Aurélio Fernandes (UNB);
Comunicações
COMUNICAÇÕES – PROGRAMAÇÃO
Local: Departamento de Filosofia
Subsolo - Módulo 24-25
05 DE NOVEMBRO DE 2018
09h00m às 10h40m
MESA FILOSOFIA MARXISTA
-
Entre a Guerra e a Revolução: as teses de Abril
Maria Clara Rodrigues Rocha;
-
Um olhar de Pachukanis sobre a dominação do direito
Thiago Soares Silva;
-
Captura do poder popular: as condições de possibilidade da democracia liberal e do comunismo
João Victor de Farias e Nascimento;
-
Pensar o espaço urbano: apontamentos sobre a razão e a utopia
Matheus Felipe da Silva Rios Santos;
MESA LÓGICA 1
-
Especulações sobre a prova por indução matemática e a epistemologia
Khalil Brenno Alves Mota;
-
Aspectos epistemológicos da metaética
João Grau Brigadão Cury
-
Lógica formal e imaginação
Pedro Martins Pereira;
MESA FILOSOFIA E PSICOLOGIA
-
A metáfora topográfica da formação da identidade de Charles Taylor
Marcelo Rodrigues de Melo;
-
A memória em Bergson
Nájila Oliveira da Mota;
MESA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO 1
-
Os desafios da educação filosófica no Ensino Médio, segundo os Sofistas
Valdo Rosário Sousa;
-
A presença das mulheres nos livros didáticos de filosofia do Ensino Médio
Ludmila dos Reis Sales;
-
A presença das tradições filosóficas não ocidentais nos livros didáticos
Alexandre César de Oliveira Pereira;
10h50m às 12h10m
MESA IMAGEM E MEMÓRIA
-
História, Narração: considerações acerca da memória a partir dos textos de Walter Benjamin
Jade Oliveira Chaia;
MESA FILOSOFIA E CINEMA
-
Benjamin e a possibilidade do cinema
Leonardo Barbosa Rossato;
-
Lições de imaginário: Gilbert Durand e a morte no cinema de Hitchcock
Elias Francisco Fontele Dourado;
-
O cinema fenomenológico e intuitivo de Akira Kurosawa
Valéria Curci Ramos Pereira;
MESA FILOSOFIA ANTIGA
-
A importância filosófica da ironia de Sócrates
Bruna Morais Esteves;
-
O argumento do terceiro homem no “parmênides” de Platão
Aurélio Oliveira Marques;
-
De anima de Aristóteles: fundamentos e características para a compreensão da alma
Saulo Fernandes Brito;
06 DE NOVEMBRO DE 2018
09h00m às 10h40m
MESA HANNAH ARENDT
-
Pensar o que estamos fazendo: uma reflexão possível a partir da obra a Condição Humana de Hannah Arendt
Thainá dos Santos Matos;
-
A liberdade política ontológica na obra “A Condição Humana”
Amanda Nunes de Freitas;
-
Hannah Arendt em diálogo com o pensamento de Kant: uma relação entre juízo político e juízo reflexionante estético
Indi Nara Corrêa Fernandes;
-
Estética e Política: do juízo estético de Immanuel Kant ao juízo político de hannah Arendt
Sérgio de Brito Yanagui;
MESA FILOSOFIA POLÍTICA
-
Breve introdução ao conceito de biopolítica
Davi Maranhão De Conti;
-
“Nosso Camaleão”: o conceito de máquina antropológica em Giorgio Agamben
Sabrina da Costa Lopes Gonçalo;
-
Chacina do cabula: uma análise pelos conceitos de biopolítica na obra de Giorgio Agamben
Ana Luiza Guimarães Pereira;
-
Topografia do Estado de Exceção em Agamben
Sally Barcelos Melo;
MESA LÓGICA 2
-
Uma análise sobre o patamar metafísico e epistemológico de proposições: o contingente a priori
Mateus de Carvalho Maia;
-
Reflexões sobre uma fundamentação cética para as modalidades
Antonio Dantas de Souza Junior;
10h50m às 12h10m
MESA FILOSOFIA E FEMINISMO
-
Aspásia de Mileto: reflexões sobre a mulher na antiguidade
Milena Ribeiro da Silva;
-
Kleos, nóstos, oíkos e areté: conceitos para pensar a presença feminina na Odisséia
Pedro Farias Mentor e Talita Camilo Lemos;
-
Mulheres e reforma agrária: do luto à luta desenham sua coragem
Laíse Rabêlo Cabral e Tamiris Lima de Sá;
MESA VERDADE E LIBERDADE
-
Olhares perspectivos: por outra imagem da verdade
Rebecca Reseck Wanderley Dias;
-
Dificuldades para a saída da menoridade;
Edson Victor Mendes;
-
George Bataille: economia geral e noção de dispendio
Fabio Maolly Costa Machado;
MESA ROUSSEAU
-
Uma reflexão sobre a soberania em Jean-Jacques Rousseau
Bertha Luí Maia Brandão;
-
Política e poética em Rousseau: a recusa da representação
Ana Cristina de Abreu;
-
A noção de tolerância no pesamento de Jean-Jacques Rousseau
Laisla Santos Barros Pereira;
-
Interesse particular e guerra de todos contra todos em Rousseau;
Felipe Matos Lima Melo;
07 DE NOVEMBRO DE 2018
09h00m às 10h40m
MESA HEGEL
-
A filosofia do direito de Hegel no plano imaginário
Alisson Oliveira da Silva;
-
A diferença entre moralidade e eticidade na filosofia do Direito de Hegel
Kaique Aparecido Gonçalves e Silva;
MESA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO 2
-
Influências do positivismo na formação da academia brasileira e na filosofia no Brasil
Pedro Benassi Santos;
-
A estrutura das instituições de ensino na perspectiva da sociedade de controle de Gilles Deleuze e sociedades disciplinares de Foucault
Iury Souza Perroni Silva;
MESA PAIDEIA E POEITÉS
-
Encenar a Filosofia: Platão como autor de teatro e a noção de paideia grega
Isabella Quevedo de Sousa;
10h50m às 12h10m
MESA ARTE E POLÍTICA
-
O alinhamento entre estética e política no ideal nazista
Allyson Flôres Santos;
-
Walter Benjamin leitor de Brecht: as contradições da arte contemporânea
Iasmin Leiros;
-
Arte e política: a formação para a emancipação em Jacques Rancière
Michelly Alves Teixeira;
MESA FILOSOFIA DA LINGUAGEM
-
A linguagem como ferramenta de conhecimento na obra “De Magistro”, de Santo Agostinho
João Paulo do Nascimento Silva;
-
Apontamentos sobre verdade ficional;
Agnes Calado Coimbra;
-
Dialética e pragmática na crítica de Habemas à ideologia tecnocrata
André Tavares Whilds;
MESA IDENTIDADE E O OUTRO
-
Afrocentricidade: uma perspectiva antirracista
Taynara de Almeida Rodrigues Soares;
-
A filosofia e as questões sobre identidade e diferenças: correspondências no campo dos estudos culturais;
Ana Carolina Magalhães Gonzaga;
-
Ontologia indígena e especulação metafísica
Emanuel Henrique Almeida de Paiva;
-
O silenciar: uma análise da dialética da opressão
Ruth de Paula Martins Mendes;
08 DE NOVEMBRO DE 2018
09h00m às 10h40m
MESA FILOSOFIA E LITERATURA
-
O sobrinho de Rameau: uma crítica à consciência moral religiosa
Wesley dos Santos Oliveira;
-
O ‘não-lugar’ em a Cidade das Damas, de Christine de Pizan
Samanta Dias do Carmo;
-
História e memória em Machado de Assis e Luciano de Samósata: uma leitura comparada por intermédio de Walter Benjamin
Marcos Eustáquio de Paula Neto;
-
A capacidade imagética das histórias fantásticas de Neil Gaiman
Lucian Rodrigues de Freitas;
MESA FILOSOFIA E O ESPAÇO DA CIDADE
-
Ontologias de uma nova configuração da cidade
Geronilson da Silva Santos;
-
Pensar a experiência hic et nunc dos shoppings center: configurações de espaço, tempo e capital nas bolhas-de-sonho
Pedro Farias Mentor;
-
Monumento e símbolo: Brasília, uma cidade essencialmente mística e formalmente burocrática
Rafael Eugenio Pereira;
-
Pixação/pixo: filosofia-pensamento-menor (de rua)
Daniel Mittmann;
MESA MÁQUINAS, ESPECULAÇÃO E TEMPO
-
A infraestrutura do entendimento humano: Tomasello e seu conceito de intencionalidade compartilhada
José Carlos Rodrigues Junior;
-
O funcionamento das máquinas desejantes
Gabrielle Patrícia Augusta Corrêa de Oliveira;
-
Presentismo e efeitos que precedem suas causas;
Marco Antonio da Silva Filho;
MESA FILOSOFIA DA RELIGIÃO
-
Além do ser e do pensamento: a teologia e a filosofia de Dionísio Areopagita
Vítor Rodovalho Amaral;
-
O livre arbítrio como necessidade lógica de um Deus bondoso: a estrutura lógica pode ser anterior ao estabelecimento das leis pela divindade
Rafael Ferreira Martins;
-
Cristo: símbolo da totalidade
Jéssica Alves Costa Rocha;
10h50m às 12h10m
MESA ESTÉTICA E FILOSOFIA DA ARTE
-
Georges Didi-Huberman e a arte minimalista como fundamentação à crítica dialética
Mariana de jesus Veras Coelho;
-
Cartografia ator-rede como estratégia de investigação entre imagens
Stephany Rodrigues Pinho;
-
Crentes, pregadores e obras de arte: o sujeito brasileiro e cristão protestante presente na obra de Bárbara Wagner
Emanuelle Santos Feitosa;
MESA CONSCIÊNCIA, SUJEITO E O NADA
-
A questão acerca do que é o nada como meio de ligar existencialismo e filosofia da religião;
João Mateus Nascimento Alves;
-
O novo dualismo do Sámkhya: rumo a uma visão renovada do sujeito
Mateus Rodrigues dos Santos;
-
Distinções ontológicas entre estados de consciência na Mandukya Upanishad
Danillo César
MESA DESCARTES E ESPINOSA
-
Conceito de substância em Descartes e Espinosa
Ana Carla Andrade dos Santos;
-
Ideia, imagem e representação em Descartes;
Alex Chrystian Ferreira Dias;
-
A imaginação e os afetos em Espinosa
Camila Jara Silva;
Mesas Temáticas
Mesa Temática 01
06 de novembro de 2018 - 16h30
Verdades anacrônicas: por uma reinterpretação do desenvolvimento histórico das artes na estética de Hegel
-
Me. Lennon Noleto
Nesta comunicação procura-se reinterpretar o desdobramento histórico dos Sistema das Artes da Estética de G.W.F Hegel. Tendo como apoio as conclusões de Walter Jaeschke (2014), ensaiamos aqui compreender, com base em Hegel, uma história da arte não linear, de modo que cada obra seja capaz de constituir seu próprio tensionamento vital. O texto de Jaeschke aponta duas possíveis definições de beleza, em certo sentido conflitantes. As definições serão aqui tomadas como elementos críticos em relação ao desenvolvimento das artes, de modo que o encadeamento do sistema proposto por Hegel não fale necessariamente de um ciclo de "idades", mas da propulsão que o conceito deverá sofrer para refletir sobre si. No caso de nossa interpretação, não nos interessa a passagem da arte à filosofia, mas de que modo cada desdobramento é capaz de se definir como um movimento histórico.
A simultaniedade da experiência estética
-
Mestranda Paula Furtado Goulart
Em “Verdade e Método I”, o propósito inicial de Gadamer é o de justificar a verdade da experiência oriunda das ciências do espírito, de maneira a reconhecer a participação positiva e necessária da consciência histórica na compreensão. Para tanto, na primeira parte, Gadamer apresenta a verdade da experiência estética, como um contra-exemplo ao monopólio da verdade das experiências ditas “científicas”. O objetivo geral deste texto é a exposição da simultaneidade da experiência estética. Para tanto serão apresentadas a estrutura da experiência – o jogo -, bem como seu modo de ser – o assistir. Dessa forma, será possível observar como a simulaneidade é a temporalidade que convém à experiência estética, a partir da análise hermenêutica e fenomenológica de Gadamer.
Mesa Temática 03
07 de novembro de 2018 - 16h30
Montaigne, Rousseau e a exploração de si: a autobiografia entre a memória e a imaginação
-
Professor Drº Claudio Reis
O tipo de exploração de si mesmo que encontramos em Montaigne e em Rousseau difere, de maneiras importantes, do esforço de exame de si mesmo que encontramos na tradição filosófica, pelo menos desde que Sócrates adotou o preceito délfico do “conhece-te a ti mesmo” como mote de sua atividade reflexiva. Uma dessas diferenças corresponde a uma mudança de foco, por assim dizer, que poderia ser descrita como um deslocamento do domínio ético para o “estético” (entendido amplamente). Da “posse de si mesmo” à “fruição de si mesmo”, o movimento de autoexploração que podemos encontrar, sob formas diversas, em Montaigne e Rousseau ilustra esse deslocamento. Nesta comunicação, vão-nos interessar especialmente os papeis complementares da memória e da imaginação nessa exploração de si mesmo, complementaridade essa que põe a autobiografia, em especial em Rousseau, na encruzilhada entre a história e a ficção.
Pode-se discutir sobre o gosto?
-
Professor Drº Alexandre Hahn
As proposições “cada um tem seu próprio gosto” e “não se pode disputar sobre o gosto” são comumente empregadas por aquelas pessoas ditas sem gosto (Geschmacklose) em defesa própria, contra a censura. Mas, embora a segunda proposição afirme que nada pode ser decidido sobre o próprio juízo de gosto, é perfeitamente possível discutir a respeito. No entanto, se deve ser possível discutir sobre o gosto, tem que haver a esperança de se chegar a um acordo entre as partes. Para tanto, seria necessário contar com fundamentos de juízo válidos objetivamente; o que, por sua vez, contrariaria a primeira proposição. Esse cenário evidencia, segundo Kant, uma antinomia do gosto: ou o juízo do gosto não se funda sobre conceitos e, portanto, não se pode disputar (decidir) sobre ele; ou funda-se sobre conceitos, pois, do contrário, nem a discussão sobre ele seria possível. Pretendemos aqui examinar a resolução dessa suposta antinomia, tal como proposta por Kant em sua Crítica da faculdade do juízo. Neste sentido, destacaremos o caráter reflexionante do juízo estético do gosto, em oposição ao determinante dos juízos lógicos do entendimento e da razão, mostrando porque os juízos de gosto não constituem descrições dos objetos de conhecimento, nem tampouco prescrições ao sujeito do juízo.
Mesa Temática 04
08 de novembro de 2018 - 16h30
“Contra Schopenhauer e em favor de Platão”: Nietzsche e a estética do erótico
-
Professor Drº André Muniz (UnB)
É comum observar entre os pesquisadores de Nietzsche uma certa tendência em localizar no Crepúsculo dos ídolos inovadora reflexão sobre a sexualidade, sobre o erótico. Parto de um insight (que eu saiba, infelizmente jamais publicado) de Oswaldo Giacoia Jr., que certa vez, em uma discussão pública sobre o Crepúsculo, confessava- me ler esta obra a partir de um único fio condutor, exatamente a partir de uma reconsideração, por Nietzsche, do lugar do impulso erótico na cultura ocidental. Gostaria de fazer jus a esse insight, contribuindo com uma interpretação sobre o erotismo na chave de uma “estética agonística”, tal como Nietzsche a concebe em torno das seções 22 e 23 do nono capítulo do Crepúsculo dos ídolos. E, para tanto, pretendo desenvolver esta minha reflexão seguindo pelo menos duas hipóteses de leitura:
-
Primeira hipótese: a proposta a ser discutida de uma estética do erótico traduz estratégias interpretativas de Nietzsche sobre a beleza fundada em uma artística da sedução, quero dizer, numa concepção de disputa amorosa que precisa ser compreendida na chave de um “interesse erístico”, ou seja, na chave de uma performance agonal;
-
Segunda hipótese: esta proposta de Nietzsche estende a investigação sobre a relevância formal de uma imagética agonística (enquanto fio condutor de uma reflexão estética do erótico) para um campo mais vasto, para o campo de um diagnóstico da cultura, uma vez que faz gravitar em torno de um constructo estético (o “agonístico” como “sedução erótica”) sua avaliação sobre elementos indutores ou inibidores da própria cultura. Quero dizer com isso que Nietzsche deposita todas as suas fichas em uma interpretação da cultura caracterizada, antes de mais nada, por imagens que remetem à beleza — no caso das figuras que sugerem “elevação da cultura” — e por aquelas do feio — no caso daquelas que apontam para uma “degeneração da cultura”, como ocorre com o conhecido caso em que Nietzsche faz equivaler sua pitoresca caracterização de Sócrates como “feio” e a tão falada “decadência cultura”, que por meio dessa imagética se apresenta no capítulo segundo do Crepúsculo, “O problema de Sócrates”.
Conferências
Conferência 02
06 de novembro de 2018 - 19h
A abertura da política à arte na “Partilha do Sensível”, de Rancière: a utopia como obra da subjetivação da comunidade
-
Professor Dr. Gilberto Tedeia (UnB)
Na companhia de Jacques Rancière, a comunicação retoma do autor seu Partilha do sensível, cujo subtítulo, estética e política, já acena para o registro de uma crítica ao mundo do trabalho e das identidades fixas sem que isso implique o abandono de certa camada de racionalidade inscrita nas ações e práticas. Seu argumento culmina na identificação de regimes de verdade nas narrativas que resultam na interpenetração entre “razões dos fatos e razão das histórias” e abre espaço para a possibilidade de qualquer um fazer história, o que leva à abertura da política à arte como forma de saberes que constroem ficções a estabelecerem relações entre “o que se pode fazer” e “o que se faz”, entre “o que se diz” e o “que se vê” (p.58-9), relações que instauram novo sentido à utopia como obra da subjetivação da comunidade. No termo desse percurso, encontramos aberta uma via que propõe nova relação com a utopia.
Beleza e política: uma análise sobre a formação e o cultivo do gosto em Hannah Arendt
-
Professora Drª Maria Cecília Pedreira de Almeida (UnB)
É comum ouvir-se durante discussões que gosto, religião e política não se discutem. Ao tratar da crise da cultura, Hannah Arendt analisa a cultura de massas e a sociedade de massas, esclarecendo como se pode pensar as relações entre o povo e a sociedade, o artista e o indivíduo. A autora tece uma crítica à degradação da cultura em valor ou mercadoria, que produziu o filisteísmo, bem como ao entretenimento. Mas seria possível que fosse diferente? Seria possível pensar numa sociedade em que o bom gosto, as artes e as ciências continuassem a florescer? Diferentemente do provérbio insistentemente repetido, a intenção é mostrar como Arendt arrisca-se a pensar que “essa curiosa e imprecisa capacidade que chamamos de gosto” pode ser discutida, pois além de uma faculdade de julgamento é também uma faculdade política e, como tal, necessita fundamentalmente da liberdade para ser bem exercitado.
Conferência 03
07 de novembro de 2018 - 19h30
A pele das imagens
-
Professora Drª Priscila Rufinoni (UnB)
Em Imagens apesar de tudo (2004), Georges Didi-Huberman reacende a polêmica em torno da potência mnemônica das imagens, cuja força patética pode ser ativa ou entorpecedora. Talvez eco daquela suspeita inaugural que convoca a mimeses sub judice a se expor em suas característica técnicas e em seus efeitos aliciantes, tal como aparece já em Platão. A defesa de Didi-Huberman recupera a teoria de Walter Benjamin da imagem – ou da obra de arte – como cristal monadológico, cujas facetas intimam, a partir de suas cintilações imanentes, a imaginar os elos da historicidade tensa da qual emergem. Didi Huberman trata, neste livro citado, de imagens de campos de extermínio, mas podemos repor a questão a partir de outro imaginário, cujos poros abertos também obrigam o observador a imaginar passagens históricas corrompidas. Por exemplo, podemos voltar nossa lupa sobre as gravuras de Jean-Baptiste Debret, para o caso brasileiro, ou mesmo repensar como o imaginário rarefeito dos trópicos é interpelado pela arte atual.
Conferência 04
08 de novembro de 2018 - 19h30
Imagem de Pensamento (Denkbild)
-
Professor Drº Fábio Akcelrud Durão (UNICAMP);
Esta apresentação busca caracterizar a imagem de pensamento (Denkbild) como um gênero particular de composição que mistura filosofia e literatura, conceito e imagem. O argumento central é o de que, devido às suas peculiaridades formais, a imagem de pensamento possui tanto um forte teor intersubjetivo, quanto a capacidade como de fazer surgir o não-idêntico em experiências cotidianas. Desse combinação surge um tipo de escrita prática, que merece ser recuperada no presente.
Da vigência da imagem: da forma à não-forma
-
Professor Drº Marcos Aurélio Fernandes (UNB);
O que é uma imagem? O que é ver uma imagem? A imagem é para nós um fenômeno muito familiar, mas, se interrogado em seu ser, se nos torna estranho. Usualmente, ao falarmos de imagem nos referimos a algo derivado do real, algo como uma representação, uma cópia. Mas também falamos da imagem como o aspecto do próprio real. A filosofia chegou a pensar o ser, a realidade do real, como imagem (Platão). A imagem e a imaginação ganham, na filosofia, amplidão ontológica. Talvez, “no fundo, tudo é imagem”. Mas, o que é este “no fundo”? Na regência da imagem se dá a vigência da forma. O que é forma? Paul Klee falava de forma terminal, formada, e de forma formadora, originária. O artista, como o filósofo, de-forma o real constituído para deixar aparecer as formas originárias, latentes no bojo da realidade em realização, em gênese. O pensamento ocidental tem no conceito de forma um dos seus conceitos fundamentais, tão intensamente usado como abusado. No tempo da informação, perdemos a sensibilidade para a forma. Toda a formação, como toda a reforma, depende de ser transformadora: realizar a passagem da informação à sensibilidade para com a forma. Na regência da forma se dá a vigência da não-forma. O pensamento oriental se destaca pela sua capacidade de ajudar a reconhecer a importância da não-forma. Sem o nada da não forma o ser da forma perde o seu vigor e o seu sentido.